quarta-feira, 23 de abril de 2014

#7 - A NESPEREIRA DAS VARANDAS, Ed. Bramão de Almeida

Anainha entre as grades irritantes
E o tronco num caixote indigno dela,
Sonha uma condição, que não aquela,
Adivinha jardins, hortos distantes.

Sem confiar, porém, no viandante
Que ela vê lá de cima da janela,
Deixou cair as folhas na ruela
E ergueu ao céu os braços suplicantes.

Eu, que venho do campo e ali fui nado,
Bem avalio a pena que lhe assiste
Longe do ar puro, e fresco, e perfumado.

Ó minha irmã! Ó pobrezinha! Ó triste!
Como tu, ando alheio, ando exilado,
Preso da mágoa a mais atroz que existe.

Sem comentários:

Enviar um comentário